
Após chegar novamente em terceiro lugar na Corrida Internacional de São Silvestre, repetindo feito do ano passado, a atleta brasileira Nubia de Oliveira afirmou que pretende vir mais forte no próximo ano e que seu objetivo ainda é ser campeã da prova.
“Meu sonho é me tornar campeã da São Silvestre e eu vou lutar por isso até o fim. Tenho 23 anos de idade. Eu acredito que tenho ainda um longo caminho para percorrer. Estou ganhando muita experiência até chegar no lugar mais alto do pódio”, disse Núbia, que já está em sua quarta participação na prova.
Nesta quarta-feira (31), Nubia melhorou o tempo do ano passando, fechando a corrida com 52 minutos e 42 segundos, a melhor atleta brasileira na prova. No ano passado, ela também chegou na terceira posição, mas com o tempo de 53 minutos e 24 segundos.
“Esse resultado, eu tenho certeza que inspira e impulsiona mais mulheres a participar do esporte. Tenho certeza que sou referência para muitas mulheres. Fico muito feliz em estar no pódio e representar a força da mulher, da mulher nordestina. Estou muito feliz em estar mais uma vez participando e vendo o crescimento das mulheres na corrida de rua”, disse em entrevista coletiva à imprensa.
Há quase 20 anos, o Brasil não sobe ao topo do pódio da São Silvestre. A última brasileira a vencer a corrida foi Lucélia Peres, em 2006 .
Na prova desta quarta-feira, a vencedora foi a atleta da Tanzânia Sisilia Ginoka Panga, que fez o tempo de 51 minutos e 08 segundos. Esta foi a primeira participação de Sisilia na São Silvestre e a primeira vitória de uma atleta da Tanzânia na São Silvestre. A vitória de Sisilia rompeu com uma sequência de vitórias de atletas quenianas, que vinha desde 2016.
Para conquistar o feito, a tanzaniana precisou ultrapassar a corredora queniana Cynthia Chemweno, que vinha liderando a prova nos minutos iniciais.
“A Cynthia é uma excelente corredora. Não foi fácil manter a calma para ir atrás dela. Mas fico orgulhosa em representar o meu país e espero que no ano que vem seja ainda melhor”, afirmou a atleta que, ao final da corrida, acabou precisando de atendimento médico. Segundo ela, isso foi resultado do calor.
Cynthia Chemweno chegou na segunda colocação, também repetindo a mesma posição do ano passado. Ela completou a prova com o tempo de 52 minutos e 31 segundos.
“A corrida foi muito feliz. Ao longo da prova, estava todo mundo vibrando muito. Apesar do calor e de estar muito úmido, fiquei bem feliz com o segundo lugar”, comemorou a queniana.
O quarto lugar foi da peruana Gladys Tejeda Pucuhuaranga, que chegou aos 53 minutos e 50 segundos. A quinta posição foi conquistada pela queniana Vivian Jeftanui Kiplagati, com 54 minutos e 12 segundos.
No masculino, o melhor atleta brasileiro também chegou em terceiro lugar, posição conquistada por Fábio de Jesus Correia .
“A gente sempre tem que estar com esse pensamento de ser campeão, de ser vencedor em tudo que a gente faz. No entanto, tem quase 16 anos que um brasileiro não vence a prova [no masculino]. Mas vou treinar bastante para, quem sabe nos próximos anos, quebrar esse tabu”, disse o brasileiro.
A última vez que o Brasil conquistou a São Silvestre no masculino foi em 2010, com a vitória de Marilson Gomes dos Santos.
A vitória foi do etíope Muse Gisachew, que ultrapassou o queniano Jonathan Kipkoech Kamosong nos minutos finais , com uma diferença de apenas quatro segundos.
“É uma prova de muitos altos e baixos e o calor foi difícil. Mas a chegada foi excelente”, comentou Muse Gisachew. “O que fiz foi manter o ritmo, fazendo uma chegada com propriedade e firmeza”, comemorou ele, que finalizou a prova com o tempo de 44 minutos e 28 segundos.
Questionado sobre o momento final da prova, o queniano Jonathan Kipkoech Kamosong reconheceu que estabeleceu um ritmo forte e que isso lhe custou a vitória . “Fui muito forte nos quilômetros anteriores e, nos quilômetros finais não consegui manter o ritmo”, lamentou. “Os primeiros 10 quilômetros foram muito fortes. E isso teve um custo no final.”
Durante entrevista coletiva, Fábio celebrou sua posição na prova, mas reclamou que faltam locais para os treinos.
“Muitos pensam que [a maior necessidade] é a parte financeira. Mas eu acho que precisa de mais valorização [do atleta] e de espaço de treinamento. Peço aqui que as autoridades possam estar fazendo um bom papel. Precisamos abrir um espaço de segurança para treinar e de uma pista segura”, ressaltou.
O pódio da São Silvestre foi completado com os atletas quenianos William Kibor e Reuben Logonsiwa Poguisho .
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