
Com recorde de público e renda, vitória sobre o Cruzeiro coroa uma década de trabalho, superação e paixão da Fiel. Foto: Staff Woman / CBF
Em tempos de temporada tão volúvel, o Corinthians plantou uma base de identidade: defesa que conversa com o contra-ataque, meio-campo que pensa o jogo como quem lê um mapa, e uma torcida que transforma cada casaquinho de treino em uma promessa de nunca desistir. Foi uma década de confiança, onde cada título alimentava a próxima aposta. A repetição não é monotonia quando há qualidade. Repetir padrões de vitória, aperfeiçoando-os, transformou-se em uma máquina de fazer gols em momentos decisivos e de manter a linha defensiva como uma muralha. A consolidação dessa ideia levou a uma série de conquistas que repetiam o mantra: trabalhar, acreditar, superar.
Como toda grande história, houve momentos de dúvida. Lesões, mudanças de comando, fases de vacilo. O que separou o campeão do mero candidato foi a capacidade de transformar dificuldade em aprendizado, ajustar o time sem perder a identidade, e manter a crença de que cada jogo é uma nova página para escrever. A hegemonia das brabas não depende apenas de craques isoladas. Depende de uma soma: liderança, evolução técnica, coragem no campo, apoio incondicional das arquibancadas. Quando o conjunto se entende, o time respira não apenas nos momentos bons, mas sobretudo nos desfechos que pedem coragem.
Chega o dia em que tudo converge: o jogo final, a matemática perfeita entre ataque e defesa, a fé da torcida, a estratégia bem executada. O heptacampeonato não é apenas mais um troféu; é o reconhecimento de uma linha de trabalho que atravessa gerações, uma narrativa que diz: aqui, a hegemonia não é de quem um dia chegou, mas de quem continua chegando todos os dias.
A vitória sobre o Cruzeiro e a conquista do sétimo título nacional acompanhada por um público de mais de 40 mil pessoas e com recorde de renda em futebol feminino no Brasil, guardam, entre gol, defesas e celebrações, a memória de quem acreditou na continuidade mesmo não fazendo uma boa primeira fase no campeonato. As brabas, símbolo de coragem coletiva, seguem marcando o ritmo de uma história que não se encerra na linha de chegada, mas se renova a cada temporada, com a mesma crença de que a grandeza é construída com o trabalho diário, no investimento na modalidade, a paixão inabalável da fiel torcida e a humildade de quem sabe que o segredo está, afinal, no conjunto!
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