
Novo modelo substitui participação da comunidade por critérios de análise de títulos e planos de gestão; sindicato e pais criticam decisão e apontam retrocesso democrático/ Escola de Tempo Integral Padre Josimo, em Palmas / Foto: Divulgação
A Prefeitura de Palmas dará início, nesta segunda-feira (15), ao processo seletivo para diretores das escolas da rede municipal. A medida marca o fim das eleições diretas, mecanismo que permitia a professores, pais e alunos escolherem seus gestores escolares, e tem gerado forte reação da comunidade educacional.
O prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos) defende o novo formato, que será realizado totalmente on-line pela plataforma Palmas Home School (educacao.palmas.to.gov.br/selecaodediretores). O edital estabelece três fases: inscrição e homologação, defesa de um Plano de Gestão Escolar e análise de títulos e experiências profissionais — etapa que a administração classifica como “meritocracia”.
Segundo as regras, podem se candidatar servidores efetivos do magistério com pelo menos três anos de experiência em sala de aula ou gestão escolar. Diretores que já ocupam a função também poderão participar, desde que apresentem a Certidão de Nada Consta referente ao último ano. O mandato será de três anos, com possibilidade de recondução.
O cronograma prevê homologação das inscrições em 24 de setembro, defesas dos planos entre os dias 6 e 17 de outubro, análise de títulos em novembro e resultado final em 24 de novembro. A nomeação oficial dos novos diretores está prevista para 1º de dezembro de 2025.
Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Tocantins (Sintet), a decisão representa um retrocesso democrático e reduz a participação da comunidade na vida escolar. “A retirada do voto de professores, pais e estudantes enfraquece a autonomia das escolas e pode comprometer o engajamento coletivo”, aponta a entidade em nota.
Já a Secretaria Municipal da Educação reforça que o processo segue critérios técnicos e que os candidatos devem acompanhar atentamente os prazos divulgados no Diário Oficial do Município e na própria plataforma.
Enquanto isso, professores e familiares de alunos seguem divididos: de um lado, os que veem a mudança como oportunidade de valorização da experiência profissional; de outro, aqueles que enxergam na medida a perda de um espaço de democracia escolar construído ao longo dos anos.
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