
foto: Reprodução PRF
Uma carreta carregada com mais de 70 metros cúbicos de madeira nativa foi apreendida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na tarde desta quarta-feira (27), em Colinas do Tocantins, no norte do estado. A carga, que estava abandonada em um posto de combustível às margens da BR-153, não possuía documentação válida para transporte, configurando crime ambiental.
O flagrante ocorreu por volta das 17h15, após denúncia recebida pela PRF. No local, a equipe encontrou dois veículos do tipo SR/Librelato SRCT com a carroceria completamente carregada de madeira serrada. Nenhum responsável pelo caminhão ou pela carga foi localizado nas imediações.
Ao consultar os sistemas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e da Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Semas/PA), os policiais constataram que não havia licença válida que justificasse o transporte da madeira — um documento obrigatório para o deslocamento de produtos florestais de origem nativa.
O volume total apreendido foi de 72,31 m³ de madeira, cuja origem e destino ainda estão sob investigação. A carga foi encaminhada às autoridades ambientais competentes, e o caso será apurado como crime por transporte de madeira sem licença — uma infração prevista na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98).
O caso revela mais um episódio do comércio ilegal de madeira na região Norte, onde o tráfico de produtos florestais ainda é um desafio constante para os órgãos de fiscalização. Embora o volume apreendido seja expressivo, a ausência de responsáveis no local levanta suspeitas sobre o uso de postos e pátios abandonados como pontos de transição na logística de cargas ilegais.
Especialistas ambientais ouvidos pela reportagem apontam que a falta de fiscalização permanente e o enfraquecimento de estruturas de controle, como o Documento de Origem Florestal (DOF), favorecem a atuação de redes envolvidas no desmatamento ilegal.
Transportar, vender ou adquirir madeira sem a devida documentação é crime ambiental passível de multa, apreensão da carga e, em alguns casos, pena de reclusão. A PRF informou que continuará monitorando a região e colaborando com o Ibama e os órgãos estaduais para tentar identificar os responsáveis pela carga.
Este não é o primeiro caso de madeira irregular apreendida no trecho da BR-153 que corta o Tocantins — uma rota estratégica para escoamento de produtos do Norte e Centro-Oeste. A ausência de escolta, nota fiscal e licença ambiental indica que a carga pode ter sido abandonada para evitar o flagrante durante alguma operação de fiscalização.
O caso segue em investigação. Até o fechamento desta matéria, nenhum suspeito havia sido identificado
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