
Estilo de vida fisicamente ativo também traz benefícios para pessoas com doenças cardiovasculares e seus fatores de risco/ Foto: Divulgação Ministério da saúde
Durante muito tempo, pessoas com doenças cardiovasculares foram orientadas a evitar esforço físico. Hoje, a ciência mostra o contrário: praticar atividade física, com os devidos cuidados, não apenas é seguro como também faz parte do tratamento dessas condições.
De acordo com especialistas, o exercício regular melhora a função do sistema cardiovascular, fortalece o coração — que, assim como qualquer outro músculo, responde positivamente ao estímulo físico — e ajuda no controle de fatores de risco associados às doenças cardíacas.
Segundo a professora Cláudia Lúcia Forjaz, da Escola de Educação Física e Esporte da USP, a prática adequada de exercícios contribui tanto para prevenir quanto para controlar doenças cardiovasculares. E isso vale mesmo para quem já recebeu o diagnóstico.
A inatividade física e o comportamento sedentário prolongado estão diretamente ligados ao aumento do risco cardiovascular. Condições como obesidade, hipertensão, colesterol alto, diabetes, tabagismo e alimentação inadequada são fatores de risco que podem ser combatidos, em parte, com a inclusão de atividades físicas na rotina.
No Brasil, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte. Em 2020, segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, mais de 100 mil pessoas morreram por infarto agudo do miocárdio (IAM). A estimativa é de que até 80% dessas mortes poderiam ser evitadas com mudanças de estilo de vida, como parar de fumar, adotar uma alimentação equilibrada e se exercitar regularmente.
Apesar dos benefícios, quem já convive com uma condição cardiovascular deve seguir orientações médicas e ter acompanhamento profissional antes de iniciar ou retomar qualquer programa de exercícios.
As atividades mais indicadas para esse público são os exercícios aeróbicos, como caminhada, dança ou natação. Eles promovem melhorias diretas no sistema cardiovascular. Já os exercícios resistidos — como musculação ou ginástica — podem ser incluídos de forma complementar, com intensidade controlada, principalmente em casos como a hipertensão, que exige mais cautela.
“O ideal é que as atividades físicas sejam de intensidade leve a moderada, sempre respeitando os limites de cada pessoa e com acompanhamento adequado”, explica Cláudia Forjaz.
Para ajudar a população a se movimentar com segurança, o Ministério da Saúde disponibiliza o Guia de Atividade Física para a População Brasileira. O material traz recomendações personalizadas para diferentes faixas etárias, condições de saúde e contextos de vida. O guia também apresenta exemplos práticos de atividades aeróbicas, de força e equilíbrio, promovendo um estilo de vida ativo e saudável.
A publicação está disponível gratuitamente online e pode ser consultada por crianças, jovens, adultos, idosos, gestantes, mulheres no pós-parto, pessoas com deficiência e profissionais da área de saúde.
Mín. 20° Máx. 31°