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Ensino superior no Brasil ainda é para poucos, apesar do alto retorno financeiro

Ensino superior no Brasil ainda é para poucos, apesar do alto retorno financeiro

09/09/2025 às 12h02
Por: Redação
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Foto: Reprodução
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Relatório da OCDE mostra que brasileiros com diploma universitário ganham quase 150% a mais, mas evasão no primeiro ano é uma das mais altas do mundo/ Foto: Arquivo/Agência Brasil

Concluir o ensino superior no Brasil é, comprovadamente, um grande diferencial na vida profissional. De acordo com o relatório Education at a Glance 2025, divulgado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), quem tem diploma universitário no país ganha, em média, 148% a mais do que quem concluiu apenas o ensino médio — uma diferença bem acima da média dos países da organização, que é de 54%.

Apesar disso, os dados revelam um cenário preocupante: apenas 20,5% dos brasileiros com 25 anos ou mais completaram o ensino superior até 2024. O número é menos da metade da média da OCDE, que é de 49% entre os jovens de 25 a 34 anos.

Além da baixa conclusão, o Brasil lidera em outro indicador negativo: um em cada quatro estudantes (25%) abandona o curso ainda no primeiro ano da graduação. A média entre os países da OCDE é de 13%. Mesmo com mais tempo para concluir o curso, menos da metade (49%) dos estudantes finaliza a graduação após três anos além do prazo regular. Em comparação, os países da OCDE apresentam uma taxa média de conclusão de 70%.

Segundo o relatório, as altas taxas de evasão indicam falhas estruturais. A falta de orientação profissional, o descompasso entre o conteúdo e as expectativas dos estudantes e o apoio insuficiente aos calouros estão entre os principais fatores de abandono.


Desigualdade de acesso e qualidade

Os dados também expõem desigualdades de gênero e acesso. Embora as mulheres tenham maior probabilidade de concluir o ensino superior — no Brasil, 53% delas finalizam a graduação, contra 43% dos homens —, o país ainda convive com um número alto de jovens fora da educação ou do mercado de trabalho. Em 2024, 24% dos brasileiros entre 18 e 24 anos não estavam estudando nem empregados (os chamados “NEETs”), uma taxa bem acima da média da OCDE (14%). Entre as mulheres, o índice chega a 29%.

Outro dado que chama atenção é o baixo investimento por aluno no ensino superior. O governo brasileiro investe cerca de US$ 3.765 por estudante, enquanto a média da OCDE é de US$ 15.102. Apesar da disparidade em valores absolutos, o percentual do PIB destinado ao ensino superior (0,9%) é similar ao da média dos países da organização — o que demonstra que o problema vai além do volume de recursos.


Diploma não garante competências

Mesmo entre os que concluem a graduação, a qualidade da formação ainda é uma preocupação. Em uma pesquisa da própria OCDE sobre competências de adultos, 13% dos diplomados em ensino superior nos países analisados não atingiram o nível básico de proficiência em leitura — o que significa que enfrentam dificuldades para compreender textos mais complexos.

Para o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, as baixas taxas de conclusão e os problemas de qualidade comprometem o retorno dos investimentos públicos e agravam a escassez de profissionais qualificados. Ele defende medidas como melhor orientação no ensino médio, programas mais flexíveis e inclusivos e ofertas de cursos com trajetórias mais claras e adaptadas à realidade dos estudantes.


Conclusão

O relatório aponta que o Brasil precisa ampliar o acesso, melhorar o suporte aos estudantes e investir na qualidade do ensino superior para garantir que o diploma universitário continue sendo sinônimo de melhores oportunidades — e não apenas um privilégio de poucos.

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