Caso envolvendo docente e aluna de 27 anos gera indignação e mobiliza investigações na área da saúde e ensino superior Foto: André Araújo/Governo do Tocantins
Uma estudante de medicina de 27 anos denunciou ter sido agredida por um médico de 52 anos, que também é seu professor, durante atividade prática no Hospital Regional de Gurupi (HRG), no sul do Tocantins. Segundo o boletim de ocorrência, o caso aconteceu dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade hospitalar, na manhã desta terça-feira (9).
De acordo com relato feito à Polícia Militar, a jovem teria sido surpreendida com um tapa no rosto após responder de forma equivocada a uma pergunta feita pelo médico durante a rotina hospitalar. Uma outra estudante, que presenciou a cena, confirmou a versão da vítima, reforçando que o ato ocorreu de forma abrupta e sem consentimento.
O médico, que não teve o nome divulgado, negou qualquer intenção agressiva e afirmou aos policiais que teria “brincado” com a aluna. Apesar disso, a PM encaminhou ambos para a Central de Atendimento da Polícia Civil, onde foi registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por lesão corporal.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informou, por meio de nota oficial, que solicitou relatórios detalhados sobre o episódio e determinou a abertura imediata de um processo administrativo. A pasta reforçou que não tolera nenhum tipo de violência em ambientes sob sua gestão.
Já a Universidade de Gurupi (Unirg), onde a estudante está matriculada, também se manifestou. A coordenação do curso de medicina declarou que tomará “medidas administrativas rigorosas” para apuração dos fatos, em conformidade com os princípios éticos e de proteção aos envolvidos.
O Conselho Regional de Medicina do Tocantins (CRM-TO) comunicou que instaurou sindicância para investigar a conduta do profissional, garantindo o devido processo legal e a análise técnica do ocorrido.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que a ocorrência está sendo acompanhada pela Polícia Civil, que dará continuidade às investigações. O caso é tratado como lesão corporal leve, conforme previsto no Código Penal, mas poderá ser reclassificado conforme as apurações avançarem.
O episódio gerou desconforto entre estudantes e profissionais que atuam no hospital, sobretudo por envolver a relação entre professor e aluna, dentro de um ambiente onde se esperava segurança e respeito mútuo.
Apesar de o médico ter alegado que a atitude não passou de uma “brincadeira”, a vítima afirma que se sentiu humilhada e abalada emocionalmente após o ocorrido.
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