
Relatório propõe regras unificadas para o imposto sobre heranças e doações no Brasil, com impactos diretos para famílias, empresários e contribuintes em geral/
O relatório da regulamentação da Reforma Tributária, apresentado esta semana no Senado, trouxe novidades que podem mexer no bolso de quem recebe heranças ou doações. O texto, elaborado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), propõe uma padronização nacional para a cobrança do ITCMD — Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação — que hoje tem regras diferentes em cada estado.
A proposta deve ser votada em breve pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, se aprovada, segue para o plenário do Senado e, depois, para a Câmara dos Deputados.
Entre os principais pontos do projeto está a criação de uma “Lei Geral do ITCMD”, com regras mais claras e alinhadas para todos os estados e o Distrito Federal. A intenção, segundo o relator, é reduzir disputas judiciais, tornar a cobrança mais transparente e garantir tratamento igualitário aos contribuintes.
Entre os destaques do texto:
Fundos de previdência (VGBL/PGBL) ficam isentos do imposto na sucessão — conforme decisão do STF
Para o advogado tributarista Leonardo Roesler, o projeto avança ao trazer mais segurança jurídica, especialmente em processos de sucessão e reorganização patrimonial.
“A padronização ajuda o contribuinte a entender melhor como será tributado e reduz o risco de litígios. Poder contestar a avaliação da Receita com base em valores de mercado, por exemplo, é um ganho importante”, explica Roesler.
No entanto, ele também alerta que a proposta ainda apresenta lacunas, como a falta de um mecanismo claro para evitar a bitributação internacional e a ausência de incentivos para manutenção de empresas familiares, como ocorre em países como Alemanha e Estados Unidos.
“O texto precisa ir além da arrecadação e olhar para a função econômica da herança, que muitas vezes envolve negócios, empregos e estabilidade financeira familiar”, completa.
No Tocantins, o ITCMD segue regras estaduais, mas, caso o projeto seja aprovado como está, haverá impactos diretos na arrecadação e na forma como heranças e doações são declaradas. Especialistas recomendam que contribuintes com patrimônio considerável ou que estejam organizando sucessões busquem orientação jurídica para se preparar.
A proposta ainda será debatida e pode sofrer alterações antes de sua aprovação final. Mas uma coisa é certa: o sistema de heranças no Brasil está prestes a mudar.
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